segunda-feira, 23 de julho de 2007

Cansei: hora de trocar a personagem. E agora?

Eu tô numa fase meio assim... meio sei lá... de transição, por assim dizer. Como seria esse momento? Eu não sei do que eu gosto, não sei o que me apetece, o que me dá prazer. Não que me falte alguma coisa. Essa sensação é menos por falta que por opção. Os seres humanos estamos vivenciando uma época que temos de tudo, porém essa variedade não é, nem de longe, sinônimo de qualidade. Eu já passei horas ouvindo Marisa Monte, já gritei com a Ana Carolina e, agora, o que me satisfaz é ver o sol raiar tendo house music ou Madonna como fundo.

Às vezes, penso ser eu inconstante. Minha amiga Rosa disse certa vez que eu não precisava estar feliz o tempo todo, podia estar triste também. Inconstância. Mas na verdade – na minha verdade – acho que não consigo ser fiel às coisas por muito tempo. Mamãe diz que enjôo das coisas facilmente, que demoro a conseguir uma coisa, e quando consigo, largo logo depois. Não que eu seja mimado, longe disso – embora algumas pessoas acreditem fielmente nisso (fodam-se elas) – É uma característica do ariano. Pronto: encontrei uma ótima justificativa. O signo nos ajuda nesses momentos em que nos deparamos com nossos defeitos.

Eu troco de amigos – nada muito efêmero, claro. Uma vez tendo passado pela minha vida, sempre terá estado lá - Vira-e-mexe estou com um best friend. Já foram tantos... Talvez isso se deva a minha necessidade de classificar as pessoas ao meu redor. Existem os conhecidos, os colegas, os amigos, os grandes amigos e o best friend – vale ressaltar que o João ocupa um lugar à parte, sem classificações, temos o que o Rômulo (outro grande amigo e, em algum momento, um Best Friend), chamaria de intimidade singular. Com isso, a importância que as pessoas assumem em minha vida mudam de acordo com o tempo e a fase que estou passando. Se estou numa fase de muita badalação, por exemplo, me aproximo dos amigos que costumam ser a companhia ideal para tal. Alguns convivem muito bem em vários campos: são amigos da faculdade, são amigos de baladas, de papos cabeça, de programas cults.

AFF. Que volta dei. Tudo isso para falar que estou de saco cheio do Zeh, aquele que causa. Eu fui uma criança tímida, mais tarde um adolescente que se descobria e descobria o mundo e, à medida que isso ia acontecendo, ia se soltando. Segurança e amadurecimento fizeram com que eu aprendesse a trabalhar com a timidez e a me mostrar mais para essa coisa medonha que é o mundo. De uns tempos para cá, comecei a ser muito mais sociável, muito mais aberto aos momentos interacionais do que sempre fui. Era ela: o Zeh, aquele que causa.

Pra mim, na pós-modernidade – para alguns amigos estaríamos na ultra-modernidade, eu acho muito mais simpático a idéia de uma pós – o homem assume muitos papéis, todos, ao mesmo tempo, e agora. Somos filhos, cidadãos, consumidores, amigos e blá blá blá. Dentre essas muitas personagens – alguns chamariam de máscaras -, eu criei uma, a minha, pessoal e intransferível. Ela me ajudou muito, confesso. Conheci metade do RJ, distribui sorrisos pra outra metade, dancei. Me joguei. Tudo muito eufórico. Artificial nunca – intensidade é outra característica do ariano. Só que agora, estou começando uma outra fase, mais calma, mais tranqüila, mais IN, por assim dizer. E esse Zeh tá me cansando. Porque as pessoas esperam atitudes dele, frases e posturas. O Zeh que causa me cansa.
O problema – felizmente – é que não podemos jogar personagens na lata do lixo, né!? É preciso conviver com ela. Ela sempre vai estar lá. Basta saber usá-la na hora certa, no momento ideal. Anuncio a todos: o Zeh vai ficar de stand by. Mas isso também não é pra sempre, imutável, o fim. Na vida, nada é pra sempre, se fosse, isso seria no mínimo cansativo. Pensar no “para sempre”, que vemos nas histórias infantis, é enfadonho. O Zeh sempre vai estar lá para que eu possa recorrer a ela quando eu me entediar dessa fase In. Uso e abuso. Eu serei o sujeito da ação e não o paciente. Uso a personagem, e não o contrário. Daí, quando eu menos esperar, ela baixa. Saio da mesmice. Tudo isso sem o menor sentimento de culpa. Regressão, imaturidade, incoerência? Inconstância. Salve a Rosa!

10 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o texto!

Só acho que devo diexa resgitrado que não sou "um best friend", eu sou "O BF", já que em muitas passagens desse texto eu estou lá.

E você é o amor da minha vida!!! rs

Vc sabe o quanto foi e é importante pra mim e o quanto nossas oscilações combinam...rsrs

Beijos queridooo!

Unknown disse...

"Zeh, aquele que causa"- não sei se vc se lembra, mas ao proferirem meu nome, ganhava sempre um aposto semelhante. Cansei também. Da profissão, das pessoas, de mim.
Resultado: saí da facul.
Agora, realmente, sou outra pessoa. Afinal, como todos dizem... "quem é Vivian? Nunca ouvi falar..."
Realmente... pra falar a verdade, nem eu.

Anônimo disse...

Zeh!!! Lindo! Tá atrasado...eheuehue...tenho esse blog desde 2003...eheuheeu...tinha parado de escrever nele faz uns dois anos e rosolvi voltar agora. Mas tenho um outro blog tb que é este www.blog-top5.myblog.com.br. E tb tenho fotolog, desde 2003 tb, www.fotolog.net/peny.

Tá achando o que? Sou muito antenada....ahuiahuiahuia...

Adorei teu blog, amore!

Beijão!!!

Flávia Feijó disse...

Salve as personagens e as máscaras!
O que seria de nós dois sem elas?

Anônimo disse...

Zeh! S� agora consegui um tempinho para leu o teu texto. ADOREI! Mau coment�rio anterior apenas respondia teu coment�rio no meu blog. Cara, eu j� fui muita gente nessa vida...ahuiahuai...a insconst�ncia � inerente ao ser humano...e eu, q me formei em jornalismo e depois de formada descobri que odeio jornalismo?! Que fa�o publicidade e, agora, acabando, descobri que o que quero mesmo � a vida acad�mica, me dedicar a pesquisas e realizar document�rios e curtas inusitados!... A vida � isso! E � bonita e � bonita!

Salve, Zeh! Salve, humanos! Salve, a inconst�ncia! Salve, a vida!

P.S: uma coisa muito engra�ada...antes de vc citar a caracter�stica ariana, enquanto eu lia o teu texto, pensava comigo: ah, esse comportamento do Zeh � muito ariano!..ahuiaha...conhe�o BEM os arianos...ehuiehii..vc sabe disso..huiahuia...

Beijo, amore!!!

Anônimo disse...

Agradeço por não ter conhecido inicialmente "aquele que causava"... conheci o Zé, o original, a pessoa incrivel que me faz senti orgulhoso de ter como amigo!
Zééééééééé...estou do seu lado sempre!
seja vc, ou não, seja alguem...hehehe!

Anônimo disse...

OOPS: hehehehe,
conheci aquele que causava!
Adoro o Zé e suas versões!

=]

Unknown disse...

Zeh, pode pode até estar se cansando de ser aquele que causa, mas querendo ou não, você sempre irá causar!! Mas existem momentos mesmo em nossas vidas que nos cansamos de quem somos e queremos fazer uma revolução. O problema é quando você não sabe exatamente o que te incomoda. Mas quando você descobre, é impressionante como pode mudar a sua vida - muitas vezes para melhor. Não sei se sou uma amizade passageira, uma BF ou uma BFFE(está foi minha criação, tah!) Não me inporta! O importante é que eu te amo, e estarei sempre ao seu lado para o que precisar.
Beijocas,
Pri

Anônimo disse...

dentro e fora dentro
preto e branco
sim e não
causador e sabio
quanto tempo duram nossas fases? alguma virá e ficará pra sempre?
a saber

Anônimo disse...

amigos queridos, o blog está lindo, os textos estão demais... mas quanta demora de um texto pra outro! se já estão prontos, pq não postá-los de uma vez? acho que essa liberdade tem mais a ver com a função de catarse do blog... é isso... beijos para todos