segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Pequeno rosário de nossa cruel sociedade : não pode cagar no banheiro



Alguém precisa consertar essa fechadura. É só trazer uma chavezinha de fenda e crec crec, pronto. Eu já odeio fazer xixi segurando porta, é um inferno. Imagina cagar. Falando nisso, fazer cocô é muito bom. Os gays, quem diria, eles só existem porque a natureza resolveu premiar a excreção. Bela merda. Meu Deus, sabe uma chave de fenda? Da lojinha de 1,99? É só isso, comprou, veio aqui, aparafusou. Mais nada, isso aqui parece repartição pública. Odeio prisão de ventre. E o pior, sempre que eu tô com prisão de ventre eu lembro do meu ex-namorado. Ele era um desses que não caga fora de casa. Olha onde eu me meto. Ele dizia que para o cocô descer tem que sentar na privada com postura ereta, pra desobstruir o intestino. Que gênio. Putz. Odeio estar cagando quando alguém entra no banheiro. Agora é que vai me travar mesmo. Porra, vai dar pra sentir o cheiro, não vou sair daqui até que ela saia. Gente, que saco, que pressão social. Eu sei que cagar no trabalho não é visto com bons olhos, mas onde mais eu vou fazer isso? É a finalidade do banheiro, merda. Agora tenho que ficar aqui, como se fosse uma criminosa, me escondendo. Vou demorar a voltar pra sala, daí todo mundo vai desconfiar que eu tava cagando. Neeeé...paranóia. Vão nada. Ô filha, finalmente, descarguinha, bença e tchau. Adoro mulheres objetivas, sabe? Nãããooo, outra no banheiro. Que saco. A que acabou de sair já manjou que tem alguém cagando, agora vai falar pra outra. Mulher é foda, adoram fofoca, eu sei. Poxa, acho que vai sair, finalmente. Mas e se fizer barulho quando cair na água? Eu odeio esse ploct. Não sou moralista, mas é foda, pega mal, não vou fingir que não pega, porque pega. Maldita sociedade. Vou chegar pra pontinha do vaso, daí a merda cai na louça e não na pocinha de água. É o jeito. Ereta, empina o peito, garota. O teto daqui tá precisando de uma vassourada, isso aqui tá parecendo banheiro da Lapa. Ai, putz, cagar é muito bom. É um bom conselho, cagar na posição ereta. Não vou nem lavar a mão, vou vazar, dar descarga, a fulana ainda nem puxou o papel higiênico, deve estar cagando também, nem sei se o meu coco sujou o vaso, nem quero ver. E que os deuses do Olimpo me ajudem a sair linda, ilesa e irreconhecível.

3 comentários:

Anônimo disse...

(Guilherme)

Hum, curioso. Sabe, o cocô tem um papel importantíssimo. Sua função social é totalmente subestimada.

Por exemplo, é provavelmente a primeira palavra "proibida" que as crianças começam a falar e se esgoelam de rir com isso.

Sem falar no vídeo do Stallone no Youtube em que ele fala pro cara "você é um... cocô". Morro de rir.

Enfim, preciso ir. Depois faço comentários adicionais. Beijos no s2.

Zeh disse...

Por mais evoluída e educada que acreditamos ser a nossa civilização, não tem como fugir à fisiolologia humana.
E nessas horas temos certeza: somos todos iguais.

Anônimo disse...

Gente...qnta identificação com o tema!! tb acho o máximo fazer cocô, mas concordo que existe uma hipocrisia escrota qnto a este assunto.
Procuro não entrar nessa noia da preocupação de fazer e/ou falar de cocô... rsrsrsrs... afinal de contas é a unica certeza (eu acho) que temos que somos todos iguais. Não importa a crença, raça, time ou opção sexual (bonito isso hein?!). A verdade é: TODO O MUNDO CAGA!

bjinhos