sábado, 6 de outubro de 2007

Filosofia de botequim

Alguns posts atrás o Zé falou de máscaras e acho que é uma questão pra todos nós. Todos os dias a gente se pergunta: o que estou fazendo aqui? Tem lugar melhor pra se estar? Eu sou essa coisa que está parecendo que eu sou? E é impressionante, mas ninguém vem respondê-las. Quando somos crianças, não existem perguntas sem resposta. Crescer dói.

Estou metida a profunda e atrasadíssima com meu post, deixo uma poesia.


Todos os gatos são pardos

Estou em meio a meus inimigos
Camuflada
Bebendo o que me mata.
Sou gata
Travestida de cadela
Dançando na festa do canil.
Estou no local errado,
Na hora errada,
Com a roupa certa e mentirosa
Pra me camuflar.

E caso eu me esqueça do porque vim
Me lembre
A jornada é longa e perene
E compromissos de fé assinados
Às vezes se perdem.

Talvez seja eu a cadela
Travestida de gata travestida de cachorra
Ou não, quem há de saber?!
Absolutamente tudo está errado,
Ou não, minto,
Ainda há certezas, ralas, admito,
E muito o que consertar.

Um comentário:

Zeh disse...

Como diria o grande Fernando Pessoa:
"ser um é cadeia,
ser eu é não ser,
viverei fugindo,
mas vivo a valer".